quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Amores

Amo a vida e as pessoas
Amo o agora e o estar
Dúvidas aos montes
Certezas em gotas
Amo o voo
Amo o ninho
Desejos a fervilhar
Almejo o céu e o infinito
Banho-me à luz do luar
Filhos... únicas prisões
Amor incondicional
Outros... vão e vêm
Ao sabor das marés
Até um porto encontrar...
Sem pressa!!!
Rose
dez/2010

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sonhos Possíveis

Olá, gente linda... hoje quero compartilhar o texto de um dos alunos do curso de redação... espero que gostem... Valeu, Cristiano!!!

Sonhos possíveis

Quando passamos a entender a essência da vida, começamos a sonhar com grandes projetos, conquistas e realizações profissionais e pessoais.

Ao relembrar a minha história desde a minha infância, fico muito emocionado, pois vivenciei momentos muito bons, sempre fui otimista, sonhador e acreditando sempre que seria possível a realização dos sonhos. Apesar de ser de uma família humilde, eles passaram pra mim que eu deveria aprender os bons costumes, como respeitar as pessoas, ter caráter, dignidade e manter a simplicidade para que, futuramente, eles pudessem se orgulhar. Tudo isso refletiu de forma positiva, pois tenho orgulho de minha conduta, aprendi a amar, a respeitar o ser humano e aceitar os valores individuais de cada um. Esses valores éticos que eu adquiri de minha família desperta em mim muito mais sonhos, como o ingresso em uma faculdade, tornar-me um grande profissional e ser reconhecido pelas boas ações, com a consciência tranquila de um dever cumprido.

Então, temos que sonhar e acreditar que podemos muito mais. É preciso metas e preparar para as adversidades, pois o trajeto é longo e prevalece a persistência de cada pessoa. Se você desistir, é como se estivesse assassinando seu próprio sonho.

Cristiano Oliveira Sousa, 28/11/2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O gigolô das palavras

Olá, gente linda!!!
Hoje, quero dar as boas vindas à turma do curso de Leitura e Produção de Textos.
É isso, resolvi encarar mais esse desafio (até parece que estava com tempo sobrando, não é!? rsrs). Mas, ministrar esse curso está revigorando minhas energias. Bom demais conhecer novas e agradabilíssimas pessoas; melhor ainda quando essas pessoas participam do trabalho com interesse e ânimo; e se pode ficar ainda melhor, acrescente aí o fato de que o "trabalho" é lidar com uma das minhas grandes paixões: a Língua Portuguesa!
Enfim, está sendo realmente um prazer indescritível! E se é indescritível, melhor parar de ficar tentando descrever e apresentar o presente de hoje: um texto do grande Luís Fernando Veríssimo, com um assunto sobre o qual conversamos bastante no curso: a gramática!
Um cheiro e... curtam o impagável Veríssimo...

O gigolô das palavras
(Luis Fernando Veríssimo)



Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com as suas afrontas às leis da língua e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa ("Culpa da revisão!", "Culpa da revisão!"). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, comover...Mas aí entramos na área de talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse tudo isso a meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas - isto eu disse - vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão dispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas a exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltratando-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenha também o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria importante, impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Planeta Mãe

Oi, gente linda...
pois é, eu voo, mas eu pouso de vez em quando... rs
Hoje, remexendo em alguns papéis, encontrei o poema de um aluno. Ele participou do TAL (Tempos de Arte e Literatura), mas, infelizmente, não foi classificado. Até hoje não consegui entender ou aceitar, mas é isso, cabeça de jurado é algo realmente incompreensível. Bom, mas como eu sempre digo, coisa boa é pra ser partilhada, então... apreciem...





PLANETA MÃE
Elisvan
(1º ano do Ensino Médio - Ginásio Agro Industrial de Itapetinga)




De coração grande
Onde cabe cada um dos seus filhos.
Quando está feliz,
A Lua sai brilhando na escuridão da noite,
Cada vez mais forte;
O Sol nasce ao longe,
Deixando o dia mais e mais lindo.
Quando está triste,
o dia fica nublado,
Deixando pequenas lágrimas caírem...
Quando está preocupada,
Se perde totalmente no que vai fazer,
Deixando os filhos em alerta.
Os pássaros saem voando bem alto...
A mamãe está calma!
As árvores se balançam pra lá, pra cá...
Limpando a sujeira que fizemos.
O vento passou forte, levando o lixo.
A chuva veio derramando suas gotas d'água,
Tirando a mancha que tinha ficado no coração de mamãe.
Ela ficou mais aliviada!
Sabemos com quem ela foi conversar.
Foi na beira do mar,
Onde sua consciência está.
Passou na floresta...
As árvores a abraçaram e os animais a beijaram.
Respirou o ar puro e saudável e se contentou.
Para nos agradar, beija-nos a testa.
Logo vem um vento frio e vou me deitar,
Chegou a hora de dormir.
Mamãe fica encantada com o assobio do vento,
Com a chuva caindo no telhado,
Com o som do mar,
Com a luz forte do relâmpago,
Com o som do trovão...
Mamãe dormiu com essa canção.


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Voltando a voar...

Oi, gente linda...

após um tempinho para reorganizar as coisas, resolvi que o blog não pode ir pra lixeira. E voltemos a voar... com alguns pousos para descansos de reenergizar... ou seria o contrário? Certo é que entre voos e pousos compartilharemos ideias... minhas, suas, e de quem mais chegar!!! Afinal, são tantos sonhos voando soltos... muitos envoltos por aquilo a que denominamos cultura popular... mas que nem sempre pousa perto de nós. Então... sempre que um deles pousar em minha janela, ou que me voltar à memória, correrei a contar a vocês... e espero que seja recíproco.
E por falar em memória, inicio a nova fase do blog com um sonho literalmente memorável de Jessier Quirino, um "arquiteto por profissão, poeta por vocação, matuto por convicção".

Vou-me embora pro passado

Jessier Quirino

"No rastro da Bandeira de Manuel"


Vou-me embora pro passado
Lá sou amigo do rei
Lá tem coisas "daqui, ó!"
Roy Rogers, Buc Jones
Rock Lane, Dóris Day
Vou-me embora pro passado.

Vou-me embora pro passado
Porque lá, é outro astral
Lá tem carros Vemaguet
Jeep Willes, Maverick
Tem Gordine, tem Buick
Tem Candango e tem Rural.

Lá dançarei Twist
Hully-Gully, Iê-iê-iê
Lá é uma brasa mora!
Só você vendo pra crê
Assistirei Rim Tim Tim
Ou mesmo Jinne é um Gênio
Vestirei calças de Nycron
Faroeste ou Durabem
Tecidos sanforizados
Tergal, Percal e Banlon
Verei lances de anágua
Combinação, califon
Escutarei Al Di Lá
Dominiqui Niqui Niqui
Me fartarei de Grapette
Na farra dos piqueniques
Vou-me embora pro passado.

No passado tem Jerônimo
Aquele Herói do Sertão
Tem Coronel Ludugero
Com Otrope em discussão
Tem passeio de Lambreta
De Vespa, de Berlineta
Marinete e Lotação.

Quando toca Pata Pata
Cantam a versão musical
"Tá Com a Pulga na Cueca"
E dançam a música sapeca
Ô Papa Hum Mau Mau
Tem a turma prafrentex
Cantando Banho de Lua
Tem bundeira e piniqueira
Dando sopa pela rua
Vou-me embora pro passado.

Vou-me embora pro passado
Que o passado é bom demais!
Lá tem meninas "quebrando"
Ao cruzar com um rapaz
Elas cheiram a Pó de Arroz
Da Cachemere Bouquet
Coty ou Royal Briar
Colocam Rouge e Laquê
English Lavanda Atkinsons
Ou Helena Rubinstein
Saem de saia plissada
Ou de vestido Tubinho
Com jeitinho encabulado
Flertando bem de fininho.

E lá no cinema Rex
Se vê broto a namorar
De mão dada com o guri
Com vestido de organdi
Com gola de tafetá.

Os homens lá do passado
Só andam tudo tinindo
De linho Diagonal
Camisas Lunfor, a tal
Sapato Clark de cromo
Ou Passo-Doble esportivo
Ou Fox do bico fino
De camisas Volta ao Mundo
Caneta Shafers no bolso
Ou Parker 51
Só cheirando a Áqua Velva
A sabonete Gessy
Ou Lifebouy, Eucalol
E junto com o espelhinho
Pente Pantera ou Flamengo
E uma trunfinha no quengo
Cintilante como o sol.

Vou-me embora pro passado
Lá tem tudo que há de bom!
Os mais velhos inda usam
Sapatos branco e marrom
E chapéu de aba larga
Ramenzone ou Cury Luxo
Ouvindo Besame Mucho
Solfejando a meio tom.

No passado é outra história!
Outra civilização...
Tem Alvarenga e Ranchinho
Tem Jararaca e Ratinho
Aprontando a gozação
Tem assustado à Vermuth
Ao som de Valdir Calmon
Tem Long-Play da Mocambo
Mas Rosenblit é o bom
Tem Albertinho Limonta
Tem também Mamãe Dolores
Marcelino Pão e Vinho
Tem Bat Masterson, tem Lesse
Túnel do Tempo, tem Zorro
Não se vê tantos horrores.

Lá no passado tem corso
Lança perfume Rodouro
Geladeira Kelvinator
Tem rádio com olho mágico
ABC a voz de ouro
Se ouve Carlos Galhardo
Em Audições Musicais
Piano ao cair da tarde
Cancioneiro de Sucesso
Tem também Repórter Esso
Com notícias atuais.

Tem petisqueiro e bufê
Junto à mesa de jantar
Tem bisqüit e bibelô
Tem louça de toda cor
Bule de ágata, alguidar
Se brinca de cabra cega
De drama, de garrafão
Camoniboi, balinheira
De rolimã na ladeira
De rasteira e de pinhão.

Lá, também tem radiola
De madeira e baquelita
Lá se faz caligrafia
Pra modelar a escrita
Se estuda a tabuada
De Teobaldo Miranda
Ou na Cartilha do Povo
Lendo Vovô Viu o Ovo
E a palmatória é quem manda.

Tem na revista O Cruzeiro
A beleza feminina
Tem misse botando banca
Com seu maiô de elanca
O famoso Catalina
Tem cigarros Yolanda
Continental e Astória
Tem o Conga Sete Vidas
Tem brilhantina Glostora
Escovas Tek, Frisante
Relógio Eterna Matic
Com 24 rubis
Pontual a toda hora.

Se ouve página sonora
Na voz de Ângela Maria
"— Será que sou feia?
— Não é não senhor!
— Então eu sou linda?
— Você é um amor!..."

Quando não querem a paquera
Mulheres falam: "Passando,
Que é pra não enganchar!"
"Achou ruim dê um jeitim!"
"Pise na flor e amasse!"
E AI e POFE! e quizila
Mas o homem não cochila
Passa o pano com o olhar
Se ela toma Postafen
Que é pra bunda aumentar
Ele empina o polegar
Faz sinal de "tudo X"
E sai dizendo "Ô Maré!
Todo boy, mancando o pé
Insistindo em conquistar.

No passado tem remédio
Pra quando se precisar
Lá tem Doutor de família
Que tem prazer de curar
Lá tem Água Rubinat
Mel Poejo e Asmapan
Bromil e Capivarol
Arnica, Phimatosan
Regulador Xavier
Tem Saúde da Mulher
Tem Aguardente Alemã
Tem também Capiloton
Pentid e Terebentina
Xarope de Limão Brabo
Pílulas de Vida do Dr. Ross
Tem também aqui pra nós
Uma tal Robusterina
A saúde feminina.

Vou-me embora pro passado
Pra não viver sufocado
Pra não morrer poluído
Pra não morar enjaulado
Lá não se vê violência
Nem droga nem tanto mau
Não se vê tanto barulho
Nem asfalto nem entulho
No passado é outro astral
Se eu tiver qualquer saudade
Escreverei pro presente
E quando eu estiver cansado
Da jornada, do batente
Terei uma cama Patente
Daquelas do selo azul
Num quarto calmo e seguro
Onde ali descansarei
Lá sou amigo do rei
Lá, tem muito mais futuro
Vou-me embora pro passado

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Gente, pensei que ninguém lesse este blog... ninguém comenta!!! Fui surpreendida com várias pessoas questionando pq não postei mais. Bom, primeiro as explicações...
O Blog foi criado pensando em incrementar as aulas de Redação e como deixei a disciplina (fiquei apenas com História), desanimei um pouco...
Mas... estou pensando em re-pensá-lo... desvincular da escola e continuar postando ideias (minhas e de outros), compartilhar emoções, enfim... reavivá-lo...
Logo, logo estarei de volta, tá!?
Um cheiro...
Rose

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Só dê ouvidos a quem te ama

Um texto especialmente para a turminha da 6ª A. Um cheiro...

SÓ DÊ OUVIDOS A QUEM TE AMA

Só dê ouvidos a quem te ama. Outras opiniões, se não fundamentadas no amor, podem representar perigo. Tem gente que vive dando palpite na vida dos outros. O faz porque não é capaz de viver bem a sua própria vida. É especialista em receitas mágicas de felicidade, de realização, mas quando precisa fazer a receita dar certo na sua própria história, fracassa.

Tem gente que gosta de fazer a vida alheia a pauta principal de seus assuntos. Tem solução para todos os problemas da humanidade, menos para os seus. Dá conselhos, propõe soluções, articula, multiplica, subtrai, faz de tudo para que o outro faça o que ele quer.

Só dê ouvidos a quem te ama, repito. Cuidado com as acusações de quem não te conhece. Não coloque sua atenção em frases que te acusam injustamente. Há muitos que vão feridos pela vida porque não souberam esquecer os insultos maldosos. Prenderam a atenção nas palavras agressivas e acreditaram no conteúdo mentiroso delas.
Há muitos que carregam o fardo permanente da irrealização porque não se tornaram capazes de esquecer a palavra maldita, o insulto agressor. Por isso repito: só dê ouvidos a quem te ama. Não se ocupe demais com as opiniões de pessoas estranhas. Só a cumplicidade e conhecimento mútuo pode autorizar alguém a dizer alguma coisa a respeito do outro.

Ando pensando no poder das palavras. Há palavras que bendizem, outras que maldizem. Descubro cada vez mais que Jesus era especialista em palavras benditas. Quero ser também. Além de bendizer com a palavra, Ele também era capaz de fazer esquecer a palavra que amaldiçoou. Evangelizar consiste em fazer o outro esquecer o que nele não presta, e que a palavra maldita insiste em lembrar.

Quero viver para fazer esquecer... Queira também. Nem sempre eu consigo, mas eu não desisto. Não desista também. Há mais beleza em construir que destruir.

Repito: só dê ouvidos a quem te ama. Tudo mais é palavra perdida, sem alvo e sem motivo santo.

Só mais uma coisa. Não te preocupes tanto com o que acham de ti. Quem geralmente acha não achou nem sabe ver a beleza dos avessos que nem sempre tu revelas.

O que te salva não é o que os outros andam achando, mas é o que Deus sabe a teu respeito.

Padre Fábio de Melo

sábado, 15 de maio de 2010

Por que os lutadores negros não reconhecem o 13 de maio

Partilhando e assinando embaixo... um cheiro...

Por que os lutadores negros não reconhecem o 13 de maio
Luciano Barbosa, historiador mestrando em Planejamento Urbano - 13 de maio de 2010

Neste 13 de maio de 2010 completa-se 122 anos da abolição da escravatura, um fato histórico, mas que não garantiu a integração do negro na sociedade, pois após a abolição os negros e negras não receberam nenhum tipo de indenização pelos séculos de trabalho escravo.

A abolição da escravidão não garantiu nem casas para os negros morarem, os ex-escravos saíram das senzalas diretamente para as favelas e periferias. Sendo assim, os negros foram historicamente condenados à marginalidade e negro se tornou sinônimo de exclusão social no Brasil. Por isso esse processo é entendido pelo conjunto do movimento negro como uma abolição inacabada.

Percebemos que atualmente a mídia da pouca atenção para a questão da exclusão dos negros na sociedade. E quando a questão negra aparece contém erros sociológicos e históricos graves. Por exemplo, recentemente a novela Sinhá Moça passou a ser reprisada no programa Vale a Pena Ver de Novo da TV Globo.


História inventada

O conto fala dos momentos finais da escravidão no Brasil, colocando como a filha de um Barão de café tinha pena dos escravos e lutava pelo fim da escravidão. Assistindo a novela recria-se um clima de politização onde as irmandades repletas de jovens brancos advogados lutavam pelo fim da escravidão por bondade. A novela Sinhá Moça tenta apagar a luta dos escravos pela sua liberdade e coloca todos os méritos nos brancos bons das irmandades abolicionistas.

Personagens como a Sinhá Moça reconstroem uma Historia do Brasil falsa e inventada. Não é verdade que o fim da escravidão tem como eixo principal à solidariedade dos brancos para com os negros. A historiografia não deixa margens para duvidas sobre esses eventos históricos. O fim da escravidão é marcado pela luta do povo negro por sua libertação e pela pressão inglesa para acabar com a escravidão, pois havia interesse por parte dos ingleses em aumentar o mercado consumidor para consumir os produtos industrializados frutos da Revolução Industrial. Sendo assim interessava aos ingleses o negro deixar de ser escravo para se transformar em um trabalhador assalariado.


Interesses econômicos atrás da Lei Áurea

Por outro lado, o fim da escravidão interessava também os senhores de engenho mais esclarecidos, pois concluíram que o trabalho assalariado era muito mais barato que o trabalho escravo. O escravo doente era tratado pelo senhor de engenho que assim perdia dinheiro, o mesmo tinha medo da perda de mais dinheiro caso sua “mercadoria” escravo viesse a morrer. O capitalismo tinha uma proposta para resolver esta situação para o latifundiário, pois caso o trabalhador assalariado ficasse doente seria demitido tornando a produção mais econômica. Sendo assim, alguns latifundiários aderiram ao projeto abolicionista para aumentar seus lucros.

A Historia é muito diferente dos contos e os interesses econômicos superam a suposta solidariedade de brancos para com negros. Entender esse processo é fundamental para combatermos o racismo em tempos atuais.

O motivo do protagonismo da luta pela abolição não estar nos negros na novela Sinhá Moça é para que a classe trabalhadora não se identifique e não perceba que a transformação da sociedade só ocorre através da luta. Pelo contrario a intenção da novela conservadora é que os pobres assistam as mudanças da sociedade sem participação, deixando as mudanças para seus governantes.

A data 13 de maio de 1888 e a aprovação da Lei Áurea não podem ser representadas pela falsa e inventada bondade da princesa Isabel, pois havia interesses econômicos muito claros em jogo. O movimento negro exige a valorização da luta dos negros por sua libertação e por isso não reconhece o 13 de maio (data construída pela elite branca) como o dia principal de luta dos negros.


20 de novembro

O movimento negro não se identifica com novelas como Sinhá Moça, a identidade negra e sua luta está presente em Filmes como "Quilombo" de Carlos Diegues de 1984, que conta a história de Zumbi dos Palmares como protagonista da luta dos negros.

A luta do povo negro se fez durante os 350 anos de escravidão através dos quilombos, da religião afro-brasileira, da capoeira e da música negra, e isso se expressa na comemoração do dia 20 de novembro, dia da morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares, que morreu lutando pela libertação de todos os negros e negras. Por isso esse dia foi escolhido para se comemorar a Consciência Negra, representando a luta do povo negro por sua libertação e consciência da sua história no Brasil.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Momento poesia...



Gente linda...
Um mister de orgulho de professora e de mãe... primeiro poema de Pedro...
Será que o encantamento é coisa de coruja??? rsrsrs

Momento de depressão
Pedro Sales

Tudo o que eu faço
tudo que desfaço
não importa o quê
tudo é fracasso
não conheço mais o sim
a minha vida é assim
isso é o que eu digo
sou apenas um menino
amigo é pra quê?
como vou saber?
como estou deprimido
a poesia aqui termino.


terça-feira, 20 de abril de 2010

Bons sonhos...

sábado, 3 de abril de 2010

Domingo de Páscoa



O Domingo de Páscoa é o aniversário do triunfo de Cristo. É a feliz conclusão do drama da Paixão e a alegria imensa depois da dor. E uma dor e alegria que se fundem, pois se referem ao acontecimento mais importante da humanidade: a redenção e libertação do pecado da humanidade pelo Filho de Deus.

São Paulo nos diz : "Aquele que ressuscitou Jesus Cristo devolverá a vida a nossos corpos mortais".

Como judeu, o próprio Cristo celebrou a Páscoa todos os anos durante a sua vida terrena, segundo o ritual em vigor entre o povo de Deus, até o último ano de sua vida, quando celebrou a Páscoa na ceia em que instituiu a Eucaristia.

Mas, ao celebrar a Páscoa na Ceia, Cristo deu à comemoração tradicional da libertação do povo judeu um sentido novo e muito mais amplo: Não é um povo, uma nação isolada que Ele liberta, mas o mundo inteiro, a quem prepara para o Reino dos Céus.

A Páscoa cristã celebra a proteção que Cristo não cessou nem cessará de dispensar à Igreja até que Ele abra as portas da Jerusalém celestial.

Páscoa é vitória, é o homem chamado a sua maior dignidade. Este é o dia da esperança universal, o dia em que em torno ao ressuscitado, unem-se e se associam todos os sofrimentos humanos, as desilusões, as humilhações, as cruzes, a dignidade humana violada, a vida humana desrespeitada.

A Ressurreição nos revela a nossa vocação cristã e nossa missão: aproximá-la a todos os homens. O homem não pode perder jamais a esperança na vitória do bem sobre o mal, ainda que o mundo nos apresente um cenário desesperançoso.

A mensagem redentora da Páscoa não é outra coisa que a purificação total do homem, a libertação de seus egoísmos, de seus complexos, purificação que, ainda que implique em uma fase de limpeza e saneamento interior, realiza-se de maneira positiva com dons de plenitude, com a iluminação do Espírito, a vitalização do ser por uma vida nova, que transborda alegria e paz ; em poucas palavras: a presença do Senhor ressuscitado.

São Paulo o expressou com incontida emoção neste texto: " Se ressuscitastes com Cristo, então vos manifestareis gloriosos com Ele".

Uma Páscoa de esperanças renovadas e alma purificada a todos...

(adaptado livremente de texto disponível em http://www.mensagensvirtuais.xpg.com.br/mensagem-Domingo-de-Pascoa/