sábado, 13 de fevereiro de 2010

A Cabana

De volta à Cabana...

Na verdade, não quero escrever muito para não estragar a leitura de quem vier a fazê-lo, apenas tecer alguns comentários. O livro é essencialmente uma fábula sobre o encontro de um homem sofrido com a Divina Trindade: Deus, Jesus e o Espírito Santo.

Se vc passear pela net, encontrará impressões bastante antagônicas sobre o livro. Mas acho que tem um pouco a ver com o senso comum de que “Religião não se discute”. Como nunca fui a favor desse ou de muitos “sensos comuns”, eis-me discutindo o assunto...

Há aqueles que simplesmente não gostam do livro pq consideram a narrativa muito “água com açúcar”, infantil... bom, esses eu nem questiono... pode até ser assim... mas eu gosto de água com açúcar... acalma os nervos... rs

Há aqueles que chamam o livro de “herege”. Entendo que muitas pessoas possam pensar que o livro seja herético pela maneira como ele apresenta Deus (a Trindade). Mas, sinceramente, não encontro heresia nenhuma no livro a esse respeito (Deus é Espírito e livre para se revelar como Ele desejar). E, na verdade, não creio que o livro fale tanto de Deus quanto fala de nós mesmos; nós, seres humanos, que optamos por sermos independentes, mas, na verdade, vivemos presos a paradigmas que nos impulsionam a estarmos sempre certos em nossos pensamentos, atitudes, juízos de valor, ou na nossa visão de quem seja Deus ou como Ele age.

Eu gostei de A Cabana, do modo como a história é contada, me emocionei diversas vezes durante a leitura, quis ler vagarosamente ( embora o dono do livro vivesse perguntando se eu já havia terminado...rsrs), refletindo sobre cada acontecimento, deliciando-me com as emoções provocadas... e, quando terminei, fiquei tentada a recomeçar de novo... mas preciso devolvê-lo, senão não terei cara para pedir outros emprestados... rs

Há um momento no texto em que o personagem principal (Mackenzie) está tendo uma conversa com Deus e insinua que Deus parece não se encaixar em um certo modelo. A resposta de Deus é:

“Entendo como tudo isso deve deixar você desorientado, Mack. Mas o único que está pretendendo ser alguma coisa aqui é você. Eu sou o que sou. Não estou tentando me encaixar em modelo nenhum.”

Um verdadeiro (e amoroso) tapa na cara… ou não, para quem considera que o seu modelo construído é o verdadeiro e ponto final.